Não
abandone seu cão
Não ter um animalzinho em casa pode
ser uma opção inteligente se a pessoa sabe de
antemão que não poderá cuidar direito
dele ou não quer assumir novas responsabilidades.
Criar um animal exige atenção, cuidados especiais,
algum trabalho e visitas ao veterinário.
Antes de tudo, é preciso gostar de animais; mas não
é só isso. Um animal precisa de um mínimo
de espaço, caso você não queira que ele
fique circulando dentro de casa. Se não tiver espaço
suficiente, mas quiser muito um animal
de estimação, opte pelos menores, como: pássaros,
hamsters ou peixes. O importante é lembrar que é
uma decisão e que precisa ser muito bem pensada.
Existem pessoas que pegam animais para "criar",
mas só gostam deles enquanto são bebezinhos.
Quem não gosta, não? Isso acontece geralmente
com os filhotes de cães. Como são muito bonitinhos
e não dão tanto trabalho, acabam fascinando
e empolgando algumas pessoas que os levam pra casa por um
prazer momentâneo, num gesto impulsivo. Mas é
só passar um tempo, a pessoa não vê a
hora de ficar livre do cãozinho. Tem gente que repete
esse comportamento pela vida inteira e ainda tem a coragem
de dizer para todo mundo que adora animais. Um cãozinho
também é uma vida e não pode ser tratado
como um objeto. É só você olhar à
sua volta, pelas ruas, e verificar quantos cãezinhos
estão por aí abandonados e sendo maltratados.
O texto abaixo foi enviado para nós por uma internauta,
e o autor é desconhecido, mas é comovente, só
pelo fato de imaginar a dor de um cãozinho que é
abandonado à sua própria sorte.
UMA VIDA DE CÃO... (narrada por ele mesmo...)
1ª semana - Hoje completei uma semana de vida. Que alegria
ter chegado a este mundo!
1 mês - Minha mamãe me cuida muito bem. É
uma mãe exemplar!
2 meses - Hoje me separaram de minha mamãe. Ela estava
muito inquieta e com seu olhar disse-me adeus. Espero que
a minha nova "família humana" me cuide tão
bem como ela o fez.
4 meses - Cresci rápido; tudo me chama a atenção.
Há várias crianças na casa e para mim
são como "irmãozinhos". Somos muito
irrequietos: eles me puxam o rabo e eu os mordo de brincadeira.
5 meses - Hoje me deram uma bronca. Minha dona se incomoda
porque fiz "pipi" dentro de casa. Mas nunca me haviam
ensinado onde deveria fazê-lo. Além do quê,
durmo no hall de entrada. Não deu para agüentar.
8 meses - Sou um cão feliz! Tenho o calor de um lar;
sinto-me tão seguro, tão protegido... Acho que
a minha família humana me ama e me consente muitas
coisas. O pátio é todinho para mim e me excedo,
cavando na terra como meus antepassados, os lobos, quando
escondiam a comida. Nunca me educam. Deve ser correto tudo
o que faço.
12 meses - Hoje completo um ano. Sou um cão adulto.
Meus donos dizem que cresci mais do que eles esperavam. Que
orgulho devem ter de mim!
13 meses - Hoje me acorrentaram e fico quase sem poder movimentar-me
até onde tem um raio de sol. Dizem que vão me
observar e que sou um ingrato. Não compreendo nada
do que está acontecendo.
15 meses - Já nada é igual... moro na varanda.
Sinto-me muito só... minha família já
não me quer! Às vezes esquecem que tenho fome
e sede. Quando chove, não tenho teto que me abrigue...
16 meses - Hoje me desceram da varanda. Estou certo de que
minha família me perdoou. Eu fiquei tão contente
que pulava com gosto. Meu rabo parecia um ventilador. Além
disso, vão levar-me a passear em sua companhia! Nos
direcionarmos para a rodovia e, de repente, pararam o automóvel.
Abriram a porta e eu desci feliz, pensando que passaríamos
nosso dia no campo. Não compreendo porque fecharam
a porta e se foram. "Ouçam, esperem!" lati...
se esqueceram de mim... Corri atrás do carro com todas
as minhas forças.
Minha angústia crescia ao perceber que quase perdia
o fôlego e eles não paravam.
Haviam me esquecido!
17 meses - Procurei em vão achar o caminho de volta
ao lar. Estou e sinto-me perdido! No meu caminho existem pessoas
de bom coração que me olham com tristeza e me
dão algum alimento. Eu lhes agradeço com o meu
olhar, desde o fundo de minh'alma. Eu gostaria que me adotassem:
seria leal como ninguém! Mas somente dizem: "pobre
cãozinho, deve ter se perdido".
18 meses - Um dia destes, passei perto de uma escola e vi
muitas crianças e jovens como meus "irmãozinhos".
Me aproximei e um grupo deles, rindo, me jogou uma chuva de
pedras "para ver quem tinha melhor pontaria". Uma
dessas pedras feriu-me o olho, e desde então não
enxergo com ele.
19 meses - Parece mentira. Quando estava mais bonito, tinham
compaixão de mim. Já estou muito fraco; meu
aspecto mudou. Perdi o meu olho e as pessoas me mostram a
vassoura quando pretendo deitar-me numa pequena sombra.
20 meses - Quase não posso mover-me! Hoje, ao tentar
atravessar a rua por onde passam os carros, um me jogou! Eu
estava no lugar seguro chamado "calçada",
mas nunca esquecerei o olhar de satisfação do
condutor, que até se vangloriou por acertar-me. Oxalá
me tivesse matado! Mas só me deslocou as cadeiras!
A dor é terrível! Minhas patas traseiras não
me obedecem e com dificuldade arrastei-me até a relva,
na beira do caminho. Faz dez dias que estou embaixo do sol,
da chuva, do frio, sem comer. Já não posso me
mexer! A dor é insuportável! Sinto-me muito
mal; fiquei num lugar úmido e parece que até
o meu pelo está caindo... Algumas pessoas passam e
nem me vêem; outras dizem: "não chegue perto".
Já estou quase inconsciente; mas alguma força
estranha me faz abrir os olhos.
A doçura de sua voz me fez reagir. "Pobre cãozinho,
olha como te deixaram", dizia... junto com ela estava
um senhor de avental branco. Começou a tocar-me e disse:
"Sinto muito, Senhora, mas este cão já
não tem remédio". "É melhor
que pare de sofrer". A gentil dama, com as lágrimas
rolando pelo rosto, concordou. Como pude, mexi o rabo e olhei-a,
agradecendo-lhe que me ajudasse a descansar. Somente senti
a picada da injeção e dormi para sempre, pensando:
por que tive que nascer se ninguém me queria... (autor
deconhecido)
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